“A próxima epidemia de Gripe” – Mensagem do Presidente da SPGG

A época da gripe começa todos os anos, habitualmente, em outubro e atinge o número máximo de casos entre dezembro e fevereiro. A melhor maneira de se proteger a si próprio e as pessoas com quem se relaciona, é vacinar-se todos os anos.

A vacinação da gripe reduz em 40 a 60% o número de pessoas que ficam doentes. Mesmo quando, eventualmente, se apanhe gripe, a vacina reduz a gravidade da doença.

A maior parte das pessoas não tem de se preocupar com o tipo de vacina que recebe. No entanto, as pessoas com mais de 65 anos beneficiam muito em fazer uma vacina especialmente desenhada para ativar melhor o seu sistema imunitário naturalmente envelhecido. Em Portugal existe essa opção, uma vacina reforçada que contem quatro vezes a dose padrão das vacinas habituais.

Na verdade, as pessoas com mais de 65 anos estão em maior risco de desenvolver complicações causadas pela gripe, incluindo pneumonias, infeções respiratórias, enfartes do miocárdio, AVCs e morte. À medida que se envelhece há um declínio natural do nosso sistema imunitário ou seja as pessoas mais velhas têm uma resposta mais fraca à vacinação que as pessoas mais jovens. Por isso, de acordo com os principais organismos internacionais, é recomendável que, as pessoas com 65 ou mais anos, recebam uma vacina com dose reforçada especialmente desenhada para ativar melhor o seu sistema imunitário e deste modo reduzir ainda mais o risco de contrair gripe.

É um erro comum pensar-se que a vacina possa causar gripe. Tal não é possível porque a vacina é constituída por vírus inativados que por esse motivo não podem causar infeção. Mas a vacina pode, embora muito poucas vezes, dar alguns efeitos secundários que incluem uma ligeira dor na região da injeção ou sensação de febre e dores musculares passageiras, que desaparecem um ou dois dias, após a vacinação.

Recomendo às pessoas com 65 ou mais anos que deve vacinar-se, preferencialmente com a vacina de dose reforçada, antes que os casos de gripe comecem a aumentar, a fim de não ser contagiada e correr o risco de sofrer complicações que podem ser mortais.

Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta
Lisboa, 26 de setembro de 2023